sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Hoje na Economia 09/12/2011


A reunião de líderes da União Europeia mostrou seus primeiros resultados, com efeitos mistos
sobre o mercado. Os líderes concordaram em aumentar o tamanho do fundo de ajuda para os
países necessitados em €$ 200 bi, via empréstimos para o FMI, sendo que 150 bi viriam de
bancos centrais da Zona do Euro e 50 bi de outros bancos centrais. Os líderes também
concordaram em abandonar a ideia de participação do setor privado (PSI) nas regras do fundo
permanente de estabilização (ESM), cuja implementação foi adiantada para jul/12 (de jul/13).
Dessa forma, com o abandono do PSI no fundo permanente (uma opção feita pela Alemanha,
que resultou em grande estresse para os mercados na época, levando a Irlanda e Portugal
pedirem ajuda), houve um certo alívio nos mercados. Além disso, os líderes da Zona do Euro
concordaram em estabelecer regras mais claras sobre as punições para os países que não
cumprirem as regras fiscais do tratado, dando alguns poderes para a Comissão Europeia
supervisionar e punir os países em relação a isso. Entretanto, essas regras fiscais ainda
parecem bastante tímidas, e a atuação do Banco Central Europeu após essa reunião
provavelmente não satisfará os investidores mais otimistas.
Na China, diversos dados econômicos foram divulgados. A inflação ao consumidor arrefeceu
mais do que o esperado em novembro, passando de 5,5% A/A para 4,2% A/A (expectativa era
de que diminuísse para 4,5% A/A). A inflação ao produtor também surpreendeu positivamente
(2,7% A/A contra expectativa de 3,4% A/A), assim como as vendas no varejo (17,3% A/A em
novembro, contra expectativa de 16,8% A/A). A produção industrial, por outro lado, veio mais
fraca que o esperado (12,4% A/A contra 12,6% A/A). Um jornal chinês disse que líderes
chineses do politburo devem anunciar no final desse ano que a política monetária deve se
manter prudente no ano que vem e que a política fiscal deverá ser pró-ativa.
As bolsas asiáticas fecharam em queda, com o MSCI Ásia Pacífico caindo 2,1%, seguindo o
humor do mercado ocidental ontem, com as declarações do presidente do ECB Draghi que
diminuíram o ânimo dos investidores, e com o dado de produção industrial da China abaixo do
esperado. As bolsas europeias, por sua vez, operam perto da estabilidade, tendo se recuperado
de uma abertura em queda. O índice pan-europeu Stoxx600 cai 0,03% agora, sendo que as
ações do setor financeiro estão caindo (bancos franceses tiveram rebaixamento do seu rating
de risco). Os futuros das bolsas americanas operam em leve alta no momento, com o S&P
subindo 0,16% e o Dow Jones 0,18%.
No mercado de moedas, as taxas de câmbio não se alteram muito hoje. O índice DXY, do dólar
contra cesta de 6 moedas, está praticamente estável (-0,01%), com o euro ganhando
levemente valor (0,14%) e o iene perdendo levemente (-0,14%). Os preços de commodities
também estão próximos da estabilidade hoje, com o índice UBS/Bloomberg caindo 0,06% e o
preço do petróleo tipo WTI caindo 0,15%, a US$ 98,17/barril.
No Brasil hoje foram divulgados dados de inflação (IGP-M 1º decêndio e IPC-FIPE 1ª semana)
que surpreenderam para baixo (0,49% contra expectativa 0,58% e 0,04% contra expectativa
de 0,42%, respectivamente). Essa surpresa com a inflação pode levar os juros futuros a terem
queda hoje. O Real deve seguir o comportamento das outras moedas hoje e não deve alterar
muito de valor contra o dólar. O Ibovespa, por sua vez, pode abrir perto da estabilidade, porém
notícias sobre o que está ocorrendo na reunião dos líderes da União Europeia podem afetá-lo no final do dia. Dentre os dados econômicos que serão divulgados hoje nos EUA, a prévia de
dezembro da confiança do consumidor pode ter algum efeito sobre a bolsa (a expectativa é de
ligeira alta).
Fonte: SulAmérica Investimentos

Nenhum comentário:

Postar um comentário