Desaceleração
industrial na China e na Europa aumenta temores sobre a sustentabilidade da
recuperação da economia mundial, afastando os investidores dos ativos de risco
no dia de hoje. Bolsas, commodities e petróleo recuam nesta manhã, enquanto o
dólar se valoriza frente às principais moedas.
Na
China, o dado preliminar da atividade industrial (PMI) de março, divulgado pelo
HSBC, mostrou que o setor manufatureiro continua perdendo força por conta das
baixas encomendas externas, levando a redução do emprego no setor. Na Europa,
índice semelhante marcou 47,7 pontos em março (consenso 49,5 pts), com
inesperada desaceleração da atividade industrial da Alemanha e França,
acirrando temores de aprofundamento da recessão na região.
A bolsa
europeia (índice STOXX600) opera com perda de 1,30% neste momento, com destaque
para quedas de 0,98%, 1,72% e 1,54%, paras as bolsas da Inglaterra, França e
Alemanha. O euro encontra-se em queda (-0,42% neste momento), cotado a US$
1,3162/€. O dólar ganha 0,20% frente às principais moedas.
Os
futuros do S&P e D&J também operam em queda (-0,64% e -0,54%),
respectivamente. Na agenda destaque para o indicador antecedente que deve ter
subido 0,6% em fevereiro, sinalizando a continuidade do crescimento moderado da
economia americana nos próximos meses. Os pedidos de seguro desemprego na
semana passada devem ter diminuído em 1 mil pedidos, totalizando 351 mil,
mantendo a trajetória de paulatino fortalecimento do mercado de trabalho
americano.
No
Japão, o índice Nikkei fechou com valorização de 0,40%, com o bom desempenho
das exportações em fevereiro, que levou a balança comercial japonesa a
registrar inesperado superávit no mês. Na China, a bolsa de Shanghai encerrou o
pregão com queda de 0,10%.
No
mercado de petróleo, o produto tipo WTI recua 1,30% nesta manhã (US$
105,89/barril), acusando os efeitos da ameaça da França de que os países
avançados estão considerando liberar parte de suas reservas estratégicas para
impedir maior alta do produto. As commodities em geral registram acentuada
queda nesta manhã.
Sem uma
agenda doméstica relevante, deve pesar sobre o mercado acionário brasileiro a
desaceleração da economia chinesa, o que poderá impor nova perda para o
Ibovespa no pregão de hoje. No mercado de câmbio, continua pesando nas decisões
dos investidores a trajetória para a taxa pretendida pelo governo, que busca
manter o valor do dólar acima de R$ 1,80. Portanto, a cautela prevalece nesse
mercado. No mercado de juros futuros, hoje será divulgado o IPCA-15 de março,
que deverá ficar em 0,38%, mostrando forte desaceleração em relação ao mês
anterior (0,53%). Será conhecida também a taxa de desemprego de fevereiro
(consenso 5,9%), refletindo um mercado de trabalho apertado. A balança deve
pesar para a menor pressão inflacionária, que deverá refletir em estabilidade
dos principais vértices da curva, com ligeiro viés de baixa.
Fonte: SulAmérica Investimentos
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