Corintiano declarado, Silva passa a vestir a camisa patrocinada pela marca além de ser responsável pela gestão de uma academia de lutas do clube
Aproximação entre times de futebol e as Artes Marciais Mistas (MMA) ocuparam o noticiário desta semana com a assinatura do contrato entre Anderson Silva, o Spider, e o Corinthians.
Corintiano declarado, Silva passa a vestir a camisa patrocinada pela marca além de ser responsável pela gestão de uma academia de lutas dentro do clube. Em combate, o lutador deverá carregar o brasão do time no calção.
A profissionalização da gestão do mercado de MMA dentro do setor esportivo tem chamado a atenção de especialista. “Esse pessoal está dando uma aula de profissionalização, de gestão e resultado”, elogia José Estevão Cocco, presidente da J.Cocco Comunicação e Marketing e da J.Cocco Sportainment Strategy.
Se por um lado o atleta amplia sua visibilidade aproveitando a massa de torcedores e da exposição da marca, por outro, o time de futebol - na posição de empresa - desfruta da oportunidade com inserção em mais uma modalidade esportiva. A união dos interesses traz à tona uma possibilidade de negócios com gols em marketing para ambos os lados.
Para Cocco, trata-se da ampliação de um movimento que já é comum no mercado esportivo. “Sempre houve anexação de outras modalidades e atletas”, explica Cocco. “A diferença é que agora esse interesse chegou ao MMA, porque mesmo no boxe já houve patrocínio de times de futebol.”
Além do Corinthians, outros times já teriam sua gestão suficientemente madura para o acesso ao mercado. Tanto o São Paulo como o Flamengo poderão ser os próximos a entrar no mercado de MMA. Cocco não nega, no entanto, a possibilidade de Silva ter alcançado o alvinegro paulista por vias menos congestionadas, graças ao trânsito do ex-jogador Ronaldo Nazário na gestão do time. Sócio da 9ine, administradora da carreira do lutador, Ronaldo pode ter aberto o caminho.
Mesmo com a elogiada gestão do time como empresa, Ricardo Hinrichsen, diretor de novos negócios da Brunoro Sports e ex-vice-presidente de marketing do Flamengo, acredita que a motivação para o contrato tenha sido mais emocional. “É provável que tenha acontecido mais por ele ser corintiano e pela sua administradora ser do Ronaldo”, avalia.
Embora também veja grande potencial em marketing, Hinrichsen afirma que não vê “possibilidade de ganhar dinheiro diretamente” com o patrocínio do atleta. “Não vejo muito ganho de sinergia com o futebol.”
Intenção
Segundo o diretor de operações da 9ine, Evandro Guimarães, porta-voz oficial da empresa, a empresa não pretende buscar nenhum outro atleta do MMA para o seu portfólio, nem brasileiro nem estrangeiro.
A empresa afirma não trabalhar com nenhum foco específico no mercado de lutas, dando preferência para os chamados "atletas de ponta".
Nenhum comentário:
Postar um comentário