sexta-feira, 5 de agosto de 2011

IPCA sobe 0,16%, alimentos caem e transportes avançam




sexta-feira, 5 de agosto de 2011 

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou praticamente estável entre junho e julho, já que uma maior queda de alimentos foi contrabalançada por uma alta em transportes, em razão do álcool combustível, que tornou-se o maior vilão do ano.

A taxa em 12 meses, por outro lado, continuou subindo e se afastando do teto da meta do ano, mas o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, voltou a reiterar nesta semana que ela vai atingir pico em agosto e então cair.

O indicador subiu 0,16 por cento em julho, após alta de 0,15 por cento em junho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

Analistas ouvidos pela Reuters previam 0,18 por cento, segundo mediana de estimativas que oscilaram de 0,15 a 0,25 por cento.

Os preços do grupo Alimentação aceleraram a queda, de 0,26 para 0,34 por cento. "Foram vários os produtos que ficaram mais baratos, especialmente o tomate, que... exerceu a mais forte pressão para baixo, seguido das carnes", disse o IBGE em nota.

Já os custos de Transportes passaram de recuo de 0,61 por cento em junho para alta de 0,46 por cento em julho, em razão da reversão do declínio dos combustíveis e refletindo a elevação da tarifa de ônibus interestaduais. O etanol subiu 4,01 por cento.

"Julho foi um mês muito pressionando por combustíveis, ao passo que a maioria dos outros produtos recuou", disse a economista do IBGE Eulina Nunes dos Santos.

No acumulado do ano, o álcool subiu 10,19 por cento. "A alta do álcool esse ano se deve a safra de cana que pelas estimativas do IBGE deve ser esse ano 5 por cento menor; a qualidade também vem sendo prejudicada pelo clima, além da demanda maior por conta da frota flex maior", disse Eulina.

Os preços de Habitação e de Artigos de residência subiram menos. Os de Vestuário também tiveram forte desaceleração.

12 MESES EM ALTA

A taxa acumulada em 12 meses subiu 6,87 por cento até julho, a maior desde junho de 2005, ante 6,71 por cento até junho.

O dado segue acima do teto da meta perseguida pelo governo, que tem centro em 4,5 por cento e tolerância de pontos para cima ou para baixo.

Nesta semana, Tombini disse que a inflação em 12 meses vai atingir o auge em agosto deste ano e então desacelerar pelo menos 2 pontos entre setembro e abril do ano que vem. Ele reiterou ainda que o BC quer levar a inflação para o centro da meta em 2012.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)

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