terça-feira, 9 de agosto de 2011

Recomeçar, com controle de risco

Especialista sugere a traders usar, no mínimo, ordem de limitação de prejuízo


A dor do prejuízo amargado pelos investidores na bolsa se intensificou ontem, quando o Ibovespa fechou recuando 8,08%. E talvez com a mesma intensidade tenha se abatido sobre alguns a memória de uma das recomendações mais básicas para os aspirantes a “traders” no mercado de ações: a necessidade de lançar mão de estratégia de controle de riscos. “Toda compra de ações precisa ser planejada antes de ser realizada. O investidor precisa prever quanto suporta de queda e quando vai jogar a toalha”, diz o sócio da consultoria Trader Brasil, Matheus Massari. A sugestão tem como objetivo assegurar que quando investidor perder na bolsa — já que ele fatalmente perderá — que seja pouco. Não foram poucos os pedidos de conselhos quanto ao que fazer agora, quando o Ibovespa já cai 29,81% no ano, que chegaram nos últimos dias a Leandro Ruschel, sócio da consultoria Leandro&Stormer. O especialista afirma que, no momento, cada um será obrigado a tomar uma decisão. “Se quiser ser um trader, operando ativamente na bolsa, talvez seja o caso de estabelecer um limite de perdas e desfazer as posições, mesmo que o prejuízo seja grande, e começar a trabalhar da maneira correta”, afirma. Se, por outro lado, a intenção for atuar como investidor de longo prazo, o jeito é esperar e continuar montando novas posições . “Nenhuma das duas é agradável, mas são a conseqüência de não ter operado direito desde o início.” “Buy, hold... and pray”. Na visão de André Machado, professor dos cursos da consultoria CMA, é obrigação do investidor lançar mão de estratégias para preservar o lucro ou, pelo menos, terminar no “zero a zero”. “É criminoso sugerir apenas comprar ações e esquecê-las”, afirma. Para quem já perdeu muito e não deseja se desfazer das ações realizando prejuízo, ele sugere proteger pelo menos parte da posição vendendo contratos futuros de Ibovespa, já que é impossível estimar se a queda acabou. Quem vende, espera ganhar com a queda de um ativo ou, neste caso, um derivativo, reduzindo o prejuízo relativo com as ações. Para os  traders , a  técnica mais simples de controle de risco  é  e s t a b e l e c e r  o r d e n s  d e “stop loss”, ou de limitação de perdas. “Não é um método infalível, mas é o mínimo necessário”, diz Massari. A perda máxima que o investidor se dispõe a suportar pode ser determinada, por exemplo, a partir dos parâmetros de suporte e resistência da análise gráfica. O importante é usar esse limite para calcular a exposição máxima a uma ação. “Se entro numa ação a R$ 18, com stop programado nos R$ 17 e disposto a perder até R$ 2 mil, significa que só posso comprar dois mil desses papéis. É assim que faço meu controle pessoal de risco”, explica Ruschel. “Essa é a situação ideal para operar desde o início.”
MARIANA SEGALA Jornal Brasil Econômico

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